Carrie Fisher, a Princesa Leia de "Star Wars", morre aos 60 anos

A atriz Carrie Fisher, a Princesa Leia de "Star Wars", morreu nesta terça-feira (27) aos 60 anos, quatro dia após ser internada por sofrer um ataque cardíaco durante um voo que ia de Londres a Los Angeles.

A confirmação foi feita pela filha da atriz em comunicado divulgado por um porta-voz da família. "É com profunda tristeza que Billie Lourd confirma que sua amada mãe Carrie Fisher morreu às 8h55 desta manhã. Ela era amada pelo mundo e fará profunda falta. Toda nossa família agradece pelos pensamentos e preces."

A notícia da internação de Fisher, na última sexta-feira, pegou todos de surpresa. A atriz, que havia viajado a Londres para lançar seu livro de memórias e gravar cenas da série "Catastrophe", da Amazon, passou mal cerca de 15 minutos antes do pouso nos EUA. Segundo testemunhas, ela foi reanimada por um técnico de enfermagem ainda dentro da aeronave, mas teria ficado mais de 10 minutos sem respirar.

Fisher foi levada para a UTI do UCLA Medical Center, em Los Angeles, mesmo hospital que atendeu Harrison Ford, o Han Solo da série, após um acidente de avião em 2015. Desde então, poucas informações haviam sido reveladas sobre seu estado de saúde.

Uma das personagens mais marcantes da saga "Star Wars", Princesa Leia foi convocada para atuar nos filmes mais recentes da saga. Em "Episódio VII: Despertar da Força" (2015), ela retorna envelhecida, como uma das líderes da resistência contra o Império.

A continuação, que será lançada em 2017, também terá sua participação, que já foi toda gravada. Para alegria dos fãs, Fisher também faz uma rápida e emocionante aparição no recém-lançado "Rogue One: Uma História Star Wars", ainda em cartaz nos cinemas.

De símbolo sexual a General Organa

Escalada para o papel de Princesa Leia quando tinha 19 anos, Fisher só entrou para a saga de George Lucas depois de aceitar a condição de emagrecer 5kg, algo que ela classificou em sua biografia recém-lançada, "Memórias da Princesa: os Diários de Carrie Fisher", como "desanimador".

Assim como outros atores do filme, a atriz recebeu o piso da categoria, cerca de 500 libras por semana, para atuar no primeiro episódio da franquia. Ela também contou que odiava fazer o penteado da personagem e que ficou surpresa por se tornar um símbolo sexual da época, pois a atriz se considerava feia.

"O que eu via no espelho não era aparentemente o que os garotos viam. Quando homens, desde cinquentões até jovens demais para o conforto da idade permitida pela lei, quando homens me abordam para dizer que eu fui o primeiro amor deles, digamos que eu tenha sentimentos confusos", diz Fisher no livro.

Ainda na biografia, a atriz revelou que teve um caso de três meses com o ator Harrison Ford, seu colega de set, durante as filmagens do primeiro longa da trilogia clássica de "Star Wars".

Trinta e dois anos após o lançamento de "Star Wars: O Retorno do Jedi", Fisher reviveu seu papel icônico de Leia na continuação da saga. Em "Star Wars: O Despertar da Força" (2015), Fisher interpretou a General Organa. "Foi como se estivéssemos num acampamento. Harrison e eu ficamos um pouco derretidos no set", disse a atriz na época do lançamento.

Filha do cantor Eddie Fisher e da atriz Debbie Reynolds, Carrie deixa uma filha, Bille Catherine, fruto de seu relacionamento com o empresário Bryan Lourd. Ela também foi casada com o cantor Paul Simon.

Vida sob os holofotes

Carrie nasceu em 21 de outubro em Beverly Hills (EUA), com o sangue do entretenimento correndo em suas veias. Seus primeiros passos no mundo da interpretação foram dados como estudante de arte dramática na Royal Central School de Londres e como parte do elenco de "Irene" (1973), um musical da Broadway que era protagonizado por sua mãe.

A estreia nos cinemas chegou pelas mãos de Warren Beatty, que por muito tempo tentava emplacar o projeto do filme "Shampoo". O longa acabou dirigido por Hal Ashby e estreou em 1975, com Beatty e Julie Christie como protagonistas. Fisher ganhou um papel secundário na trama.

Naquela época, o jovem cineasta George Lucas, que tinha adquirido prestígio pelo bom rendimento de "Loucuras de Verão" (1973), tentava tirar do papel um filme de ficção-científica que quase ninguém da indústria de Hollywood confiava.

Para fazer a princesa Leia, o único papel feminino com verdadeiro peso na trilogia original de "Star Wars", foram cotados os nomes de Amy Irving e Jodie Foster, mas foi Carrie Fisher que entrou no set de gravação com Mark Hamill (Luke Skywalker) e Harrison Ford.

Contra todas as previsões, "Star Wars: Uma Nova Esperança" (1977) foi um grande sucesso de bilheteria e se transformou em um fenômeno. Além disso, o filme era uma máquina imparável de fazer dinheiro, especialmente com a venda de merchandising.

De acordo com o site especializado "Box Office Mojo", "Star Wars: Uma Nova Esperança" é o segundo filme com maior bilheteria da história com os valores corrigidos para as cotações atuais, com US$ 1,53 bilhão de arrecadação. Só perde para "...E o Vento Levou" (1939), com US$ 1,74 bilhão.

Fisher retornou ao universo de "Star Wars" em "O Império Contra-Ataca" (1980) e "O Retorno de Jedi" (1983), em seus anos de maior esplendor na carreira. Junto com a fama, como se revelaria depois, veio uma época conturbada para atriz, que teve que lidar com problemas com o álcool e as drogas.

Após "Star Wars", a popularidade de Carrie foi caindo progressivamente e sua carreira não teve a continuidade necessária para que ela mantivesse o status de estrela em Hollywood. Apesar disso, ela participou de filmes como "Irmãos Cara de Pau" (1980), "Hannah e Suas Irmãs" (1986) e "Harry & Sally: Feitos um para o Outro" (1989).

A atriz decidiu mudar e começou a trabalhar como escritora. Entre os vários livros que assinou, destaque para "Postcards from the Edge", um romance com trechos autobiográficos que chegou ao cinema em 1990, com o nome de "Lembranças de Hollywood", roteiro de Carrie, direção de Mike Nichols, e Merry Streep e Shirley MacLaine como protagonistas.

Ela também escreveu os livros "Wishful Drinking" (2008) e "Shocakholic" (2011) e os roteiros dos filmes "As Damas de Hollywood" (2001) e "E-Girl" (2007). Os últimos trabalhos no cinema antes de voltar à saga "Star Wars" foram "Pacto Secreto" (2009) e "Mapas para as Estrelas" (2014).

*Com informações de agências internacionais
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