Por Mano Santos
Caxias terminou o mês de junho com um índice de violência aterrorizante. Mais de 20 homicídios registrados pela polícia apenas no ano de 2011, além de centenas de outros delitos como roubo, furto, assaltos e até seqüestro-relâmpago. Essa constatação levou a Câmara Municipal a realizar na última terça-feira, 28/06, uma sessão especial para debater a segurança publica e encontrar soluções para o problema. A indicação do tema partiu do vereador Ricardo Marques (PMDB) e marcou o encerramento dos trabalhos legislativos no primeiro semestre. Os parlamentares entraram em recesso e só voltam a se reunir no dia 3 de agosto.
Na sessão especial, estiveram presentes além do presidente da Casa, vereador Ironaldo Alencar (PMN); Ricardo Marques (PMDB), Catulé (PSDB), Ximenes (PTC), Thais Coutinho (PDT), Antonio Luís (PDT), Manoel da Caçamba (PSC), Léo Barata (PSC), Chocolate (PRP), Paulo Simão (PMDB) e Helton Mesquita (PDT). O único parlamentar ausente foi Fábio Gentil (PSDC), que justificou problemas de saúde. O vice-prefeito Júnior Martins, o juiz da Infância e Juventude, Manoel Araujo Velozo, o delegado regional de Policia Civil, Celso Rocha, o Comandante do 2º Batalhão da Polícia Militar, Major Porto Veríssimo, além de representantes da sociedade civil organizada, comércio e igreja participaram das discussões.
Os participantes levaram mais de duas horas para fazer suas sugestões; foram ouvidos e mostraram seu descontentamento com a segurança no município. "Precisamos ouvir primeiramente a comunidade, que é muito importante nesse processo", disse o vereador Ricardo Marques, que cobrou do governo do Estado mais investimentos no setor.
Marques aproveitou a sessão para elencar diversos aspectos da insegurança na cidade. Levou ao plenário, estatísticas que colocam Caxias entre as 100 cidades mais violentas do País. Ricardo Marques não poupou criticas a Governadora Roseana Sarney, que segundo ele não tem dado atenção necessária aos órgãos de segurança no Maranhão.
O vereador Catulé também teceu criticas ao sistema. Ele lembrou que não se pode cobrar da polícia um trabalho mais atuante contra a bandidagem, uma vez, que falta material humano e equipamentos. “Espero que o assunto discutido nessa Sessão, não fique apenas no papel, como outros exemplos, que já tivemos nesta Casa ao debatermos temas de interesse da sociedade”, fritou Catulé.
O vereador Léo Barata, usou a Tribuna para ressaltar que a família e a formação católica são imprescindíveis na composição de políticas públicas de combate à criminalidade. O parlamentar ainda afirmou que o grande número de bares e similares instalados no município, é um fato gerador de indisciplina por parte dos jovens e adolescentes. “Nos finais semana, a Avenida 1 na Cohab, mais parece a Litorânea em São Luís. Bares tomam conta do espaço onde deveriam trafegar os veículos e pedestres. Mesas e cadeiras são colocadas na rua, gerando risco de acidentes não apenas para os freqüentadores, mas para toda a população”, destacou Barata.
O vereador Manoel da Caçamba foi mais além; sugeriu que o município criasse um policiamento comunitário. Ele ressaltou que é necessário o envolvimento de toda a sociedade no combate à violência. ”Eu poso me dispor de um salário mínimo para pagar uma pessoa, acredito que meus companheiros de parlamento também. Assim o município poderia fazer o mesmo e criar frente de combate nas próprias comunidades”, disse Caçamba.
O Comandante do 2º BPM, Major Porto Veríssimo, reconheceu em seu discurso, as dificuldades encontradas para combater a criminalidade no município. Lembrou que o efetivo policial é pequeno e faltam viaturas. Apesar dos problemas, Porto Veríssimo acrescentou que o trabalho em parceria com as policias Civil, Federal, Rodoviária Federal e Guarda Municipal, tem surtido efeito; a prova é o grande numero de apreensões de drogas e entorpecentes realizadas somente este ano.
Os vereadores Ironaldo Alencar e Ximenes, questionaram sobre a falta de policiais na cidade e exigiram que o governo do Estado tome providências concretas com relação à segurança pública.
O vereador Helton Mesquita, enfatizou a necessidade de políticas sociais. "Precisamos que os alunos tenham escola integral, não para ficar apenas estudando matemática, português, mas sim, para aprender o que é cidadania, ou seja, ter mais uma integração com esporte. A partir dessas novas ações, com certeza, vamos avançar em segurança pública", argumentou Helton.
O vice-prefeito Júnior Martins, destacou a importância de ações na prevenção contra o crime que o município vem desenvolvendo através da Guarda Municipal, e Departamento de Trânsito em parceria com as policias. "Nós somos sabedores das dificuldades e deficiências no setor e temos procurado atuar de uma forma mais abrangente. Mas o trabalho não é individual, a sociedade também tem que colaborar, indo à delegacia, registrando as ocorrências, porque só assim a policia poderá prender esses marginais", concluiu.
A Mesa Diretora da Câmara de Caxias fará o levantamento de todas as sugestões anotadas no encontro e levará para o secretário de Segurança Pública do Estado e para Governadora Roseana Sarney, um relatório sobre a real situação da insegurança no município.




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