Câmara Municipal de Caxias sofre com ‘seca’ de debates

Não bastasse a dificuldade em garantir quórum para a realização dos trabalhos legislativos, está cada vez mais escasso os debates na Câmara de Vereadores em Caxias. Desde que foi conhecido o resultado das eleições municipais desse ano, e até mesmo um pouco antes, conta-se nos dedos o número de sessões realizadas.

As desculpas para tanta gazetearia são as mais diversas, no entanto, os edis estão respaldados pelo regimento interno que lhes permitem justificar as ausências sem o risco de computar falta ou de outra penalidade prevista.

Para se ter uma ideia, no período de 58 dias, entre novembro e dezembro, foram realizadas apenas três sessões, do total de dez que deveriam ter ocorrido, um disparate.

Se antes das eleições os debates oportunamente aproveitados pela dita oposição eram acalorados, agora atravessa uma ‘seca’ e se resume a poucas palavras ecoadas pelos vereadores, dos próprios assentos, pois, parecem eles, terem perdido a motivação para usar a Tribuna e evocar temas pertinentes à coletividade municipal.

Há oito dias, a sessão durou apenas 39 minutos; nesta segunda-feira o desempenho dos parlamentares foi ainda mais pífio, com 33 minutos de ‘exaustivos’ trabalhos legislativos

Presentes estavam: A presidente Ana Lúcia e os colegas Thaís Coutinho, Paulo Simão, Irmã, Nelzir, Neto dos Sindicato, Edilson Martins, Luís Lacerda, Durval Jr., Taniery, Jerônimo, Fátima da Baixinha, Luís Carlos e Fábio Gentil. Muitos deles já haviam faltado na sessão anterior.

Após a abertura dos trabalhos e aprovação de ata da sessão passada, não havia nada na ordem do dia e seguiu-se diretamente para pequeno expediente.

Ao usara da palavra, o vereador Neto do Sindicato fez menção de pesar pelo falecimento de sua tia, Maria José Gomes da Silva, ocorrido nesta segunda-feira (5), vitimada por complicações de uma bactéria hospitalar, contraída em Hospital de Teresina. Ele também lembrou a morte do ex-presidente do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Caxias, Clidenor Rodrigues Guimarães, o Titio vítima de atropelamento no domingo, em São João do Sóter. A vereadora Fátima da Baixinha também externou suas condolências à família do sindicalista.

O prefeito eleito Fábio Gentil, ainda na condição de vereador, usou da palavra para criticar o atual gestor municipal, prefeito Léo Coutinho, mas, surpreendeu até mesmo os aliados, quando teceu elogios à forma de governo transitório norteado nas pastas de Saúde e Fazenda, pelos respectivos secretários Dr. Vinicius Araújo e Berilo. “Muito sensatos”, resumiu.

Ao usar da palavra, esperava-se da vereadora Taniery, outrora com temas mais alarmantes, um debate que pudesse tirar a plateia da sonolência. No entanto, a parlamentar suscitou questionamentos sobre o requerimento do colega Luís Lacerda, que rebatizou uma via pública no bairro Cangalheiro como Rua do Fio.

A vereadora quis saber porque Luís Lacerda e outros parlamentares presentes, que em um requerimento anterior, havia aprovado a nomenclatura da via para Rua do Dirceu e agora aprovaria a devolução do nome anterior. Ela quis saber também da necessidade e se houve a dispensa de interstícios para aprovar o referido documento.

Em resposta, Luís Lacerda alegou que atendeu um pedido da própria comunidade, respaldado por um abaixo assinado com mais de 700 pessoas e que não vê motivos para tal estranheza da colega em aprovar um requerimento em prol do povo que o elegeu.

Por fim, a presidente Ana Lúcia apenas alertou aos pares sobre a necessidade de um bom diálogo e de conhecimento sobre o Regimento Interno, não havendo assim, motivos para debates que em tese, poderia tomar menos o tempo precioso dos vereadores e da população. “Aqui é uma Casa de Leis e vamos fazê-las cumprir”, disse

Ela votou a cobrar dos colegas mais compromisso com a Casa do Povo no que diz respeito a participação nas sessões e suavizou possíveis arestas entre seus pares.

Mano Santos
MTE: 0001419
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